A sinopse da editora Rocco para "Flores raras e banalíssimas" recomenda o livro para quem "gosta de uma boa história e de História". A boa notícia então é que (o filme) "Flores Raras" cumpre com essa mesma missão.
No cinema, a biografia é estrelada por Glória Pires e Miranda Otto, que dão vida - respectivamente - à brasileira Lota de Macedo Soares e a poeta americana Elizabeth Bishop. O cenário é o Rio de Janeiro dos anos 50 aos 60, data da chegada de Elizabeth e de todo período em que viveu aqui junto à Lota. O romance tem como pano de fundo o conturbado contexto político brasileiro da época. A história do país e a história das duas se confundem quando a amizade de Lota e Carlos de Lacerda (Marcello Airoldi), que se torna governador do estado da Guanabara em 1960, é motivo de crise no relacionamento.
Tanto Elizabeth quanto Lota são personagens de personalidade forte e inconstante, características essas que, sem cuidado, tornariam a retratação caricata. Mas o versátil diretor Bruno Barreto encontrou o tom certo para a trama. A vida de excessos - de bebida, de emoções, de relacionamentos - é contada sem nenhum exagero e com os "desvios de conduta" fora do foco principal. O que o filme deixa marcado é a irreverencia e o legado que deixaram essas duas mulheres icônicas, e a brilhante atuação das protagonistas faz com que essa marca seja ainda mais forte.
A obra é brasileira, mas o filme é em dois idiomas e tem no elenco gente dos dois países, seguindo a tendência caracterizada pelos filmes do Márcio Garcia (de "Amor por Acaso" e "Angie"). Não fosse pelo conhecido rosto de Glória Pires, quase daria para esquecer que é daqui: tem fotografia e, mesmo tema, diferentes do que a gente tá acostumado. É um marco de excelência para o cinema nacional.
Segue o trailer do filme. Depois disso, vai ser difícil não querer ir ao cinema!
Fiquei com mais vontade ainda de assistir!Tenho certeza que constatarei tudo que foi escrito aqui.
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